segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Da falta

Era dessa humanidade desprovida de brutalidade que eu sentia falta. Desse doar-se, como uma mãe ao filho, sem impor nem cobrar nada. 

Era dos risos por nada e do abraço apertado numa manhã ensolarada de sábado. 

Eu sentia falta era do cheiro de cumplicidade. Do estalido mastigatório da refeição compartilhada em volta da mesa, entre gargalhadas e silêncios. Dos segredos divididos, da construção daquilo que se deseja para o mundo. 

Era dessa gentileza, movida sem exageros, numa infinita mão dupla. Do cuidado que só se tem com aqueles que a gente deseja manter por perto. 

Era da falta que isso faz.

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